7.12.09

Memórias Ficcionais [2/10]

Era daqueles dias que começam já acabando, meu joelho doía, mas não saiba diagnosticá-lo, médico era minha segunda profissão pretendida quando muleque, a primeira era jogador de futebol, principalmente por causa das mulheres e fama, pobre garoto, talvez só uns dois porcento tem onde cair morto, dois porcento dos bons, os ruins eram um em um milhão, onde estavam meus cadernos de notas?! algum tempo adotei ter um caderno de notas pra organizar meu tempo, em alguma parte do trajeto bar-casa eles tinham desaparecido, ao menos da minha memória, enquanto preparava um pouco de café lembrei do sonho que tive, estava eu e minha professora do primário Betty transando num quarto que não sabia identificar, ela gritava como se estivesse sendo currada quando uns caras com armas e encapuzados entraram e começaram a disparar contra ela, levantei rápido, pulei uma janela e sai correndo como um louco por um matagal, santo deus, o que aquilo poderia ser? freud gozaria com algo assim, mas no final podia não significar merda alguma, apenas que o roterista dos meus sonhos se achava o Robert Rodriguez, tomei de um gole o café, me queimei, segui.

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 Recebi uma promoção depois de alguns anos carregando sacas, agora eu viajava com elas e fiscalizava se tava tudo certo, era desses cargos que ninguem aceitava por não ter vantagem nenhuma, mas de alguma forma me deixava ocupado não pensando em merdas suicidas, foi nesse periodo que estabeleci um contato com a leitura, escrevo sobre o que vejo e o que vejo nem sempre é bom, o grande absurdo é que aquilo virou um maldito vício, escrever e ler, como se só tomar cervejas e falar besteiras não me preenche-se mais, por vezes no fim do espediente estava muito tarde pra voltar pra casa, então alugava um quarto barato e ficava alguns dias numa cidade estranha, quando ia a capital sempre me impressionava o quanto de gente estupida podia co-habitar junta, nos dias de folga ia a biblioteca, estava lá ontem quando entrei na fila da zeroz pra copiar alguns livros, fiquei secando uma oriental que também estava na fila, um cara franzino, barba por fazer, loiro de ohos azuis que parecia querer ir no banheiro entrou com um livro pesado na fila logo atrás de mim.
 - Isso é um dicionário? Perguntei ao ver um Aurélio de uns vinte quilos na mão do sujeito.  
 - É, é. Ele respondeu nervoso.
 - Legal...
 - Estudar, estudar, estudar. 
 - Hã?!
 - Estudar, estudar, estudar, agente tem que tá sempre estudando...
 - É...
 - Formado ainda tem que estudar.
 - Pode ser.
 Mostrou-me então uma carteirinha que indicava o mesmo como cirurgião dentista. olhei duas vezes a fotografia e o sujeito que parecia ser o mesmo, aparentava mais ser um aluno de educação física que não praticava exercício algum, usava uma calça de tecido e uma camisa branca surrada, torci para nunca precisar de uma cirugia com aquele cara, retornei meu olhar a fila onde a oriental ainda se encontrava, sempre tive tara por orientais, mas não era fácil achar as que valiam a pena, essa era uma delas, tinha uma boa anca e trejeitos sensiveis, o que me entretia facilmente, uma mulher baixinha entrou na minha frente eu me curvei para falar ao seu ouvido:
 - Aqui tem fila baby.
 - Eu estava na fila, BABY.
 - Tava mesmo, na fila, na fila. Falou o sujeito estranho confirmando a informação que ela deu.
Esperei minha vez, bati as xerox e segui pra casa, era o final da tarde de uma quinta feira e o céu estava alaranjado, comprei duas Antarticas num supermercado onde era mais barato, abri ali mesmo e segui pela rua, o vento bateu no meu rosto e senti-me a personificação da liberdade, comprei um sanduiche e me deram o troco em moedas, enquanto acabava a cerveja pensei em como Murphy era um grande filho da puta. 

24.10.09

Memórias Ficcionais [1/10]

 Fizera trinta anos na ultima semana, mas parecia uns cinco anos mais velho, devia ser devido as sacas de cimento que carregará nos ultimos quatro anos, era uma quinta de horas longas, faltavam poucos minutos para três horas da manhã quando liguei pra unica puta que ainda me atendia:
 - Stefani.
 - Que é?
 - Vamos foder
 - Não posso.
 - Passo aí daqui uns 15 minutos, lave-se
 - Meia hora é melhor
 Desligo.
 A maior parte das putas não gostavam de mim, não porque as tratava como putas, o que seria incoerente, mas por que era um vagabundo, putas e vagabundos só se dão bem na cama ou em romances policiais, trabalhava oito horas por dia e pelo que ganhava podia me considerar um vagabundo, enquanto um filho de uma puta ficava duas horas com a bunda sentada numa cadeira e era chamado de doutor, ninguem nunca me perguntou que diabos de lado da sociedade eu queria estar.
 Procuro no painel do carro alguns cigarros, nunca comprei cigarros de mais de dois reais, o grande problema era não tê-los, liguei o carro e sai.
 Stefani me esperava numa esquina, parei o carro e esperei ela entrar, não cabe comentar o resto da noite, foram como todas as outras noites de quintas feiras quentes, se Stefani fosse um carro diria que ela foi no lava-jato limpar-se por dentro e por fora, trocou o oléo algumas vezes e teve de trocar os tapetes tambem.
 
 ...

Um cara me bateu no ônibus com a bolsa quando seguia para a capital do estado, o xinguei baixo, e continuei deitado na poltrona, provavelmente sou o melhor cara que conheço para viver comigo mesmo, não sou de reclamar, não sou o cara que estoura por uma bobagem, talvez o cara que mate alguem por varias bobagens, mas acredito que isso ainda esteja distante.  
    

8.9.09

Do you realize?

Após passar algumas coisas, despluga o USB, o aparelho na palma da mão já está gasto, dá umas batidas pra que funcione melhor,  coloca os earphones e põe o mp3 pra tocar enquanto sai de casa... 

 "Well she's not too tall
Complexion is fair
Man she Knocks me out
The Way She wears her hair
You upset me baby
Yes you upset me baby
Like being hit by a falling tree
Woman, woman what you do to me"

BB King me conta os infindáveis casos de amor no sul do Mississipi enquanto curto o sol matinal, comprei um par de botas para trabalhar, botas são legais, não botas Country, botas "men at working", essas sim são legais. São oito horas e onze minutos, não tenho muita pressa, o  serviço vai ter que ser feito por alguem, e este sou eu.

[...]

"Será que quando, eu fico acordado
Pensando nela, ela pensa um pouco em mim?
Um pouco em mim
Com malícia
Um pouco em mim
Com Malícia

Um... pouco em mim 
Com malícia
Essa menina mulher...
Da pele Preta
Não está me deixando
Dormir sossegado"

Alguem fala comigo enquanto fico escutando o swing de Ben Jor... ele diz coisas tão simples de um jeito tão diferente, Jorge ben é um cara legal, não me atrevo a interrompe-lo e confirmo algo com a cabeça a pessoa a minha frente, aperto o pause e vou carregar um pouco do capitalismo...

[...]

 Me encontrava naquele horário em que a fome começa a incomodar, o humor tem uma relativa queda e as mulheres na rua não são mais interessantes, me isolo então no meu clube fechado, earphones e algo pra riscar, Flaming Lips na vez e como não se deixar levar...? Do you Realize? começa e não consigo não cantar junto atraindo alguns olhares incognitos, como ficar inerte com tamanha poesia?

"Do You Realize - that happiness makes you cry
Do You Realize - that everyone you know someday will die

And instead of saying all of your goodbyes - let them know
You realize that life goes fast
It's hard to make the good things last
You realize the sun doesn't go down
It's just an illusion caused by the world spinning round

Do You Realize - Oh - Oh - Oh
Do You Realize - that everyone you know
Someday will die"

[...]

Chopin me acompanhava nas palavras de Kafka a seu pai que adotei para meu final de espediente, enquanto guardava o livro no bolso de trás troquei a música... segui pra casa alá The Killers:    

"And that was the turning point
That was one lonely night

The song maker says "it ain't so bad"
The dream maker's gonna make you mad
The spaceman says "everybody look down
it's all in your mind"

But now I'm back at home and
I'm looking forward to this life I live
You know it's gonna haunt me
So hesitation to this life I give"

 Killers mostram suas musiquetas pseudo-oitentistas no caminho pra casa, ajudam a atenuar o calor e a poeira que percorre o caminho contrario ao meu, dias e mais dias daquilo, o caminho é o mesmo, mas as músicas ajudam a pensar em coisas diferentes. 

Ligo a tv e Jace Everett se pronuncia: 

"When you came in the air went out. 
And every shadow filled up with doubt. 
I don't know who you think you are, 
But before the night is through, 
I wanna do bad things with you."

[...]

Outro dia, carrego o Mp3 surrado e sigo.

3.9.09


Amor, então,
também, acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima.

- Paulo Leminsky

12.8.09

Calor

 Descia as escadas enquanto pensava: Por que eu estava ali?, não se resolveu merda nenhuma e  perdi a chance de ir atrás de um emprego. Saíra do prédio e não sabia pra onde ir enquanto a porta refletia algo parecido comigo.
 Estava quente, como todos os outros dias na capital paraense e segui por entre as ruas estreitas do Comércio, partia para a rodoviária até que me deparei com o arquivo público do estado entre óticas, taxistas, "dinheiro fácil" e camelôs, era um prédio pomposo e não resisti em entrar um estante, nunca havia estado ali, tinha lustres imponentes e me deu até a impressão de haver um portal dimensional na porta, onde o interior respirava livros antigos e pessoas que não conversam muito, dei meu tema de pesquisa a uma atendente e disseram que ali não havia nada a respeito, me indicaram o museu da imagem e do som ali perto e como estava por ali mesmo segui... No endereço referido falei com um segurança que logo passou pra um diretor por telefone, peguei o telefone:
 - Diga
 - Sou estudante de história, queria pesquisar
 - O que?
 - Sobre Cinema no Pará 
 - Estamos fechados pra visitas, você é de onde?
 - Soure
 - Vamos funcionar apartir do dia 20
 - Então posso vir apartir desse dia?
 - Pode, vai trazer uma cabeça de bufalo pra nós?
 - Ninguem precisa de chifre nessa cidade.
 - Haha
 - Ha
 - ...
 - ...
 - ...
 - Então até dia 20
 - Isso
 Recolhi minhas coisas e segui,  eram quase meio-dia e o calor atrapalhava a vista do forte do Castelo e da igreja da sé, parti ao mercado comer algo, marcas de bonde no chão, turistas que não se importavam com o que vestiam, mendigos tomando banho ou dormindo na praça figuravam o trajeto, sentei-me na primeira barraca e pedi um pf (peixe frito) ,  fiquei a pensar numa garota que me tinha dito que não gostava do suor/calor do povão, de certo não é das coisas mais agradaveis, mas tem sua poesia imbutida, o calor da feira, os urubus, o cheiro de peixe do Ver-o-Peso e a venda de relógios clandestinos compõem de alguma forma o cenário ilusório daqueles que por ali passam, senti-me feliz por integrar aquela complexibilidade, peguei um onibus e depois outro a cidade próxima onde resido,  passei na banca pegar quadrinhos e dvd's já pagos, comprei passagens pra retornar a Belém pela metade do preço habitual e depois de passar por varios caixas eletronicos ruins no Bradesco depositei uma quantia ao pequeno Gregor, que ha tempos não vejo, o que estará fazendo o rebento?
  Estranhamento em casa, pessoas longe, teclado perto, alguem me liga.
 Uma grade de cerveja numa cidade estranha? ok? melhor não, preciso arrumar dinheiro, e fico com meus devaneios nostalgicos e tweets imbecis, o ciclo se forma novamente, locadora-cinema-internet-bar, 
*222#
Saldo
Recarga:R$00,54
[...]
 Ainda posso fazer uma ligação.
 





 Ela estará lá?

7.6.09

6.6.9

 Pedi minha passagem comprada pela metade do preço habitual, o que sempre me dava uma ar de "foda-se" pros guichês e segui para esperar o onibûs que chegaria em dez minutos, tinham três cadeiras vazias de seis disponiveis optei por sentar entre um rapaz e uma garota a ficar do lado de uma senhora que fumava, não tenho nada contra o cigarro apenas sentei. o onibus chegou.  
 Sai meio cansado da estação, não era a viagem mais confortavel do mundo e tinha esquecido meu mp3, o que me me deixa puto da vida, passar quase duas horas na estrada sem música, sem nada pra ler, pra ver, sempre me deixava daquele jeito, por sorte não tenho problemas pra dormir naquela situação o que encurtava a viagem, como de costume acordei perto da estação, fui a uma banca de jornal e comprei um Bukowski pra garantir a volta, alem de alguns dvds piratas fora do terminal, sempre compro ali aqueles artefatos vendidos em plasticos canalhas por testarem na hora nos televisores instalados ali na praça, não gosto de ver filmes dublados, antes não me incomodavam, assim como vinhos baratos tambem não me incomodavam, mas depois de um tempo você simplesmente não consegue...está lá, mas você não consegue.  
 Chovia bastante e a cidade parecia de ressaca, fiquei um pouco na banca de dvds piratas em parte por que caia muita água, em parte por ficar olhando uma garota com belos seios, sempre acontecia isso comigo com garotas com belos seios, era algo inerente a qual controlo em parte, comprei um guarda-chuva de dez reais e segui pra ver o pequeno Gregor, ele estava lá, mas não o vi, não era horário de vê-lo, cada merda que acontece com agente hoje em dia? na maioria das vezes é por desrespeito pelas pessoas, desrespeito de pessoas por pessoas, ironico não?! eu vi tristeza e raiva na mulher que me atendeu, não a culpava, muitas pessoas sentem isso hoje em dia, eu mesmo sou triste e solitário, mas isso é motivo pra tristeza? tem tanta coisa pra se fazer, tristeza é apenas uma condição, o que fazer dali?! aquela cidade já não me atraia tanto, é a maior cidade do estado e não tinha nada pra mim, pra ser sincero não ha lugar pra mim a não ser debaixo do guarda-chuvas escuro seguindo a estrada de volta.
 Na estação passava Brasil e Uruguai, sempre gostei do time Uruguaio, a camisa azul celeste, os hermanos de mallets e seu futebol aguerrido, assiti um tanto nos televisores da estação e outro tanto num quiosque Brahma enquanto pedi um chopp, descobri ha pouco tempo que a cerveja de garrafa é diferente do chopp, conhecimento descartavel, importante era que não faltasse, um cara negro de óculos e cabelo ralo me deu uns tapinhas nas costas com o gol do Brasil, parecia um cara simpático mas nunca gostei dessa de contato físico com estranhos, mesmo no bar numa partida de futebol, tomei de um gole metade do copo e o brasil ganhava de dois a zero quando parti para o meu onibus, dessa vez munido de um Bukowski.
Buk é meu escritor recorrente, o livro era como um diário, contava o cotidiano do autor em alguns momentos no ano de 1991, nunca gostei de obras pós morte, mas só descobri quando abri o plástico, cherei as páginas e li o verso do mesmo, mesmo com receio, é bukowski, e se foi escrito era pra alguem ler afinal. Descobri quando passava em Marituba que tinha esquecido meu guarda-chuva no terminal, xinguei-me baixo, parei de ler e fiquei pensando naquela merda, nunca tive a chance de achar nenhum guarda-chuva, celular, o que for por aí, mas não falo com hipocrisia que devolveria mesmo, se não fosse dinheiro claro, dinheiro foi feito pra gastar... bukowski diz que o dinheiro tem dois problemas: quando é de mais ou de menos, segui pra casa debaixo de chuva, tomei um trago de um resto de vodka que guardo no armário e fui dormir, deixo a tv passando algum filme pra dormir, por alguma razão obscura acho que vou aperfeiçoar meu inglês se fizer isso alem do que a programação da tv aberta é um lixo e a internet tem um certo limite, mesmo com informação a todo momento tem de se arrumar coisas mais uteis pra fazer. as coisas vão seguindo e a unica certeza é que algo vai ter que acontecer. 

3.6.09

poucos e meios (parte dois)

Olá,

  Os esquimós têm mais de duzentas palavras diferentes para neve, sem as quais as suas conversas possivelmente seriam bastante monótonas. Eles distinguiam então entre neve fina e neve grossa, neve leve e neve pesada, neve derretida, neve quebradiça, neve que vem acompanhada de uma rajada de vento, neve que é levada pelo vento, neve que vem trazida pela sola das botas do seu vizinho e arruinam o lindo chão limpinho do seu iglu, as neves do inverno, as neves da primavera, as neves da sua infância que eram melhores do que essas neves modernas, enfim varios tipos. (retirado de Até mais, e obrigado pelos peixes - Douglas Adams) 

 Peguemos um sentimento, "Amor", falar em amor hoje é falar de um sentimento pleno, intenso, algo forte, os gregos na antiguidade tinham varias palavras para "amor", amor com o irmão, amor para com os animais, plantas, o próximo, a prima distante que vem passar o final de semana, o garçom que te serve bem, etc... Enquanto pra nós neve é neve, e amor é amor, pode ter em si varios outros significados, ou seja, as definições são um puta trabalho de simplificar coisas, mas seria burrice achar que existe definição definitiva... (dialética novamente?)

 Não quero te definir quando digo que tentei te decifrar, apenas queria aproxima-la mais de mim com perguntas bobasNão sei ao certo se estou falando coisa com coisa, se não entender algo é só levantar a mão, ..., sigamos.

Meus dias de chuva são curtos e meus albuns de musicas decorados de cor, minha agenda está lotada de coisas pra não fazer e saber falar besteira é algo complexo, hoje de manhã pensei em algo (que aqui prefiro deixar sub-entendido) e junto a este, um outro pensamento, Roberto Carlos é um puta cara legal, um pensamento não teve nada a ver com o outro (mas são daqueles pensamentos que chegam sem avisar), "as curvas da estrada de santos" é sensacional: come on

"Se você pretende saber quem eu sou

 Eu posso lhe dizer

 Entre no meu carro. 

 [...]

 Você vai me conhecer

 Você vai pensar que eu não gosto não gosto nem mesmo de mim.

 E que na minha idade, só a velocidade, anda junto a mim.

 [...] 

 Se acaso numa curva eu me lembro do meu mundo.

Eu piso fundo.

Corrijo num segundo.

Não posso parar."


Ok que lendo assim é meio bobo, mas de forma harmonica é genial, talvez um pouco pseudo-poético escrever num e-mail ha alguem desconhecido, emprestimo de poesia alheia, apenas queria dizer algo que pensei essa manhã entre pensamentos vagos da manhã e o trabalho de estivador que exerço.

Até.Guthor.

PS: Belle and sebastian no fundo.



26.4.09

Olá Nobre Desconhecida

 Certa vez eu queria escrever uma carta, postagens com os dizeres "carta social" pagavam apenas R$00,01 para serem enviadas, peguei uma revista jogada pela casa, uma revista espirita, era das poucas que publicavam o endereço de postagem (todas as outras já eram "via-email") peguei o endereço e me pus a escrever a carta, era algo novo que estava disposto a fazer, escrever para uma desconhecida que estava do outro lado do país, expliquei primeiramente que não praticava espiritismo e que estava apenas querendo saber quem se encontrava do "lado lá" ou provar  se mesmo existia, conhecer a letra, as idéias, falei de mim ou ao menos do que penso ser eu, selei e assim ela se foi... tempos depois recebi outra carta como resposta, ela me falou várias coisas, sobre sua cidade, o que fazia, e aquelas pouco mais de uma pagina não saciavam a minha vontade de conhecer, nem minha espera de quase um mês, escrevi uma carta de quatro paginas para que assim minha resposta fosse tambem da mesma forma. Nunca mais recebi a resposta, desisti daquilo mas lembro-me bem da sensação de escrever e principalmente receber uma carta de um desconhecido.

12.4.09

Domigo de Páscoa

Não precisamos necessariamente de razões para fazer algo alem da mais óbvia de todas, queremos. Por algum tempo acreditei que as razões eram parte de qualquer objeto, seja físico ou virtual, das coisas mais simples as mais complexas, estavam estampadas ou algumas vezes escondidas, mas sempre estavam "lá".
 Dinheiro, Fama, Espadas, Sexo e tudo mais... motivos para um boa razão mesmo que sejam dialéticamente desnecessários.  
 Aos poucos que ainda não desistiram de entender o que quero falar, vou tentar ser mais direto.
 Esse blog (ou mesmo toda a blogsphera) só existe, por que existe o outro lado (maniqueísmo baby), existe alguem que lê, existe quem "navega" nos blogs atrás de "vida inteligente" ou ao menos se pressupõe isso; Estava eu a pensar nisso nos últimos dias, até chegar na conclusão que, ninguem lê esse blog, ninguem.
 Ok até então, afinal nunca divulguei para as pessoas ou mesmo fiz questão de discutir quaisquer texto aqui com alguem, são textos pra mim, são.... ... ... ... ... ... ... ... ... (/rascunho)

As vezes começo coisas e não sei onde elas vão parar, não sei direito o que queria dizer com esse papo todo por isso terminei o texto aqui.

se lembrar eu aviso. 

8.4.09

Banho Frio

Banho Frio
e uma boa tarde de cama, isso é pra mim a melhor forma de resolver os problemas
não que eles se discipem, mas ficam mais fáceis de resolver.
foi isso que fiz quando dei as costas ao patrão e segui andando, tinha pedido as contas, estava fora.
ele tentou explicar, no final queria que eu continuasse ali ganhando aquela micharia, não era pra mim.
já passei por aquela sensação antes, na verdade, algumas vezes, seguindo debaixo do sol sem rumo certo.
era mais um emprego deixado sem a minino sinal de arrenpendimento.
liguei para um conhecido:
 - você ainda tem aquela vaga?
network baby.
tudo novo de novo.
almoço.
pensamentos soltos
expectativa zerada
contas pra pagar e os juros correndo livremente.
tentei ligar para alguem
não se encontrava.
tentei pensar em algo não fosse aquilo,
pensei em escrever sobre então.
deixar no "papel" é como tirar "aquilo" de mim, e por isso estão aqui.
então.
Banho frio, post e uma tarde de sono. 

não vou mais ligar pra ninguem, os pesnsamentos que liguem se quiserem.
  

7.4.09

Narcolepsia

Ele acorda numa poltrona, está dentro de um ônibus, não sabe pra onde vai, olha a janela e a paisagem não é familiar, fica inquieto e um homem chega próximo a sua poltrona e pede a passagem, ele não sabe onde teria guardado, até o próprio homem a tirar de seu bolso da camisa, ele agradece e continua sentado tentando entender onde deva estar, interrompe tal pensamento com um outro ainda mais inquietante, porque. 

.

Está num barco, há muitas pessoas e nenhuma conhecida, muitas das pessoas estão deitadas quando uma placa acima diz justamente para não fazerem, ele aceita a regra imposta, se acomoda como consegue, tira um mp3 do bolso e aperta play ao audioslave que se desenrola no decorrer da viagem.

.

Ele está na frente de algumas crianças que sentadas olham de volta, está falando algo pra elas, mas sente-se como uma terceira pessoa vendo seu "eu" falando, atrás de si vê uma lousa, deduz que o seu "eu" esteja dando aula, toca a campainha do intervalo os meninos correm.

.

Está numa casa pequena, tem alguem gritando, vira-se e uma mulher está voltada para ele lhe defereindo palavras perjorativas, ele não entende a razão, e pede uma explicação, o que faz a mulher ficar com mais raiva ainda, é expulso da casa sem entender nada, na rua olha a sua volta e não sabe aonde ir.

.

Está num carro, no banco do passageiro, toca evanescence e ele torce para que aquilo acabe logo, os bambuzais formam um tunel a beira de um rio, ha muitas pessoas indo para onde estão indo, ha um papel em suas mãos ele abre e tem uma lista de coisas a se fazer, ele pega caneta e anota em baixo: Fazer hoje.

.

Apesar de cansado desses flashes acorda agora numa mesa de poker, não há fichas, se aposta dinheiro e está ha duas horas jogando, a frente um senhor distinto o imprime um olhar de que vai devorá-lo no jogo, não tem medo e joga com avidez, ainda asssim a vitória lhe foge entre os dedos, não podendo competir com um royal flush, ele então se vê não perdendo, mas na verdade o personagem do Steven McQueen, está sentado no sofá nos minutos finais do filme.

.

Está numa ponte, não, é uma passarela, está escuro e não se encontra sozinho, ha alguem com ele, os carros passam a todo momento, as garotas de programa tentam arranjar "algo" e os dois ali se entreolham e sabem que aquilo é pouco mais do que poderiam imaginar.

.

Está sozinho num fim de ano, ele põe Bon Iver pra tocar.

.

Tudo aquilo de alguma forma faz sentido, como num filme do David Linch, como num romance de Dostoievski.

25.3.09

Tuiter



  1. http://tinyurl.com/d75bpd Tuiter [English]
  2. http://tinyurl.com/c2ms9d - Pesquisa wikipediana, nao precisa agradecer.
  3. adquirindo um nintendo 64 por leilao... yeah baby, i'm old school...
  4. mas que porra eh essa que o frank miller chama de "Spirit"?!
  5. No Evento "60 Hora do planeta", tah incluso desligar a internet?!
  6. Como escolher sua tv de alta definiçaohttp://antigravidade.wordpr...
  7. Listas... http://www.listable.org/ (sempre elas)
  8. estranho como "Tchau" parece "Te amo" falado rapido...
  9. impressao minha ou o Black keys eh um projeto paralelo do Ryan Adams!?
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  12. descobri a pouco que a scarllet johanson vai fazer a viuva negra nos vingadores. F-o-d-a-!
  13. começa a saga pelos melhores albuns da historia - Please me, Please me, 1963
  14. http://www.easy-share.com/c... Atual Hype Sexual
  15. Across the universe eh leve e divertido, ha falhas, mas me conveceu...
  16. carregando o mp3 e indo trabalhar...
  17. Because some things can't be taught http://tinyurl.com/aoaxqc
  18. pra veres como sao as coisas, propaganda do blu-ray HOJE, propaganda do dvd ONTEM, capitalismo selvagem imperando...
  19. internet de volta, sedentarismo imperando novamente...
  20. Santoro Maldito. http://tinyurl.com/d298d5
  21. Momento Hägar - http://tiras-hagar.blogspot...
  22. Coma um Boi - http://tinyurl.com/acamee
  23. maratona de leitura watchmen pra poder assistir o filme com a consciencia tranqüila...
  24. Listen Dizzy Gilespie, JAZZZZ!
  25. eu juro que estou contendo a mao pra naum comprar a ediçao definitiva de watchmen... sim eu consigo....
  26. Games http://tinyurl.com/brle2n
  27. onanismo, oi http://tinyurl.com/bxqnfn
  28. RocknRolla locado que espere, tem RONALDO hoje. (talvez eu me arrependa, mas fazer oq)
  29. JUro, metade dos meus albuns de musica sumiram, vou desligar o cpu pra ver se nao eh um pesadelo
  30. Leiam Nathanael West....
  31. Depois de 22 anos, vou dar uma colher de chá ao Biquini Cavadão...
  32. Matt damon Scotty Doesn't Know, sensacional...http://tinyurl.com/cev6u5
  33. estou ficando gordo e careca... ate que enfim.
  34. "Tudo Posso naquele que me fortalece" parece filosofia playboy filhinho de papai... esse tal de deus tem cada uma...
  35. "O que acaba o cara naum eh as raparigas, jogo ou cachaça naum, eh o cabra fazer maus negocios" Meu chefe me disse hoje, ok entaum.
  36. All you need is BLUES
  37. meus amigos foram embora... acho que vou ter que entrar num desses sites de relacionamento... (preferencialmente adulto)
  38. Gatorade eh bom pra dor de cabeça? tomei uma garrafinha e continua a doer...
  39. Na condiçao de estudante de historia devo dizer que o livro "1808" nao e grande coisa, mas por 9,90 qualquer best-seller merda pode ser lido
  40. quatro posters de INGLORIOUS BASTARDShttp://tinyurl.com/cl32p3