7.6.09

6.6.9

 Pedi minha passagem comprada pela metade do preço habitual, o que sempre me dava uma ar de "foda-se" pros guichês e segui para esperar o onibûs que chegaria em dez minutos, tinham três cadeiras vazias de seis disponiveis optei por sentar entre um rapaz e uma garota a ficar do lado de uma senhora que fumava, não tenho nada contra o cigarro apenas sentei. o onibus chegou.  
 Sai meio cansado da estação, não era a viagem mais confortavel do mundo e tinha esquecido meu mp3, o que me me deixa puto da vida, passar quase duas horas na estrada sem música, sem nada pra ler, pra ver, sempre me deixava daquele jeito, por sorte não tenho problemas pra dormir naquela situação o que encurtava a viagem, como de costume acordei perto da estação, fui a uma banca de jornal e comprei um Bukowski pra garantir a volta, alem de alguns dvds piratas fora do terminal, sempre compro ali aqueles artefatos vendidos em plasticos canalhas por testarem na hora nos televisores instalados ali na praça, não gosto de ver filmes dublados, antes não me incomodavam, assim como vinhos baratos tambem não me incomodavam, mas depois de um tempo você simplesmente não consegue...está lá, mas você não consegue.  
 Chovia bastante e a cidade parecia de ressaca, fiquei um pouco na banca de dvds piratas em parte por que caia muita água, em parte por ficar olhando uma garota com belos seios, sempre acontecia isso comigo com garotas com belos seios, era algo inerente a qual controlo em parte, comprei um guarda-chuva de dez reais e segui pra ver o pequeno Gregor, ele estava lá, mas não o vi, não era horário de vê-lo, cada merda que acontece com agente hoje em dia? na maioria das vezes é por desrespeito pelas pessoas, desrespeito de pessoas por pessoas, ironico não?! eu vi tristeza e raiva na mulher que me atendeu, não a culpava, muitas pessoas sentem isso hoje em dia, eu mesmo sou triste e solitário, mas isso é motivo pra tristeza? tem tanta coisa pra se fazer, tristeza é apenas uma condição, o que fazer dali?! aquela cidade já não me atraia tanto, é a maior cidade do estado e não tinha nada pra mim, pra ser sincero não ha lugar pra mim a não ser debaixo do guarda-chuvas escuro seguindo a estrada de volta.
 Na estação passava Brasil e Uruguai, sempre gostei do time Uruguaio, a camisa azul celeste, os hermanos de mallets e seu futebol aguerrido, assiti um tanto nos televisores da estação e outro tanto num quiosque Brahma enquanto pedi um chopp, descobri ha pouco tempo que a cerveja de garrafa é diferente do chopp, conhecimento descartavel, importante era que não faltasse, um cara negro de óculos e cabelo ralo me deu uns tapinhas nas costas com o gol do Brasil, parecia um cara simpático mas nunca gostei dessa de contato físico com estranhos, mesmo no bar numa partida de futebol, tomei de um gole metade do copo e o brasil ganhava de dois a zero quando parti para o meu onibus, dessa vez munido de um Bukowski.
Buk é meu escritor recorrente, o livro era como um diário, contava o cotidiano do autor em alguns momentos no ano de 1991, nunca gostei de obras pós morte, mas só descobri quando abri o plástico, cherei as páginas e li o verso do mesmo, mesmo com receio, é bukowski, e se foi escrito era pra alguem ler afinal. Descobri quando passava em Marituba que tinha esquecido meu guarda-chuva no terminal, xinguei-me baixo, parei de ler e fiquei pensando naquela merda, nunca tive a chance de achar nenhum guarda-chuva, celular, o que for por aí, mas não falo com hipocrisia que devolveria mesmo, se não fosse dinheiro claro, dinheiro foi feito pra gastar... bukowski diz que o dinheiro tem dois problemas: quando é de mais ou de menos, segui pra casa debaixo de chuva, tomei um trago de um resto de vodka que guardo no armário e fui dormir, deixo a tv passando algum filme pra dormir, por alguma razão obscura acho que vou aperfeiçoar meu inglês se fizer isso alem do que a programação da tv aberta é um lixo e a internet tem um certo limite, mesmo com informação a todo momento tem de se arrumar coisas mais uteis pra fazer. as coisas vão seguindo e a unica certeza é que algo vai ter que acontecer. 

3.6.09

poucos e meios (parte dois)

Olá,

  Os esquimós têm mais de duzentas palavras diferentes para neve, sem as quais as suas conversas possivelmente seriam bastante monótonas. Eles distinguiam então entre neve fina e neve grossa, neve leve e neve pesada, neve derretida, neve quebradiça, neve que vem acompanhada de uma rajada de vento, neve que é levada pelo vento, neve que vem trazida pela sola das botas do seu vizinho e arruinam o lindo chão limpinho do seu iglu, as neves do inverno, as neves da primavera, as neves da sua infância que eram melhores do que essas neves modernas, enfim varios tipos. (retirado de Até mais, e obrigado pelos peixes - Douglas Adams) 

 Peguemos um sentimento, "Amor", falar em amor hoje é falar de um sentimento pleno, intenso, algo forte, os gregos na antiguidade tinham varias palavras para "amor", amor com o irmão, amor para com os animais, plantas, o próximo, a prima distante que vem passar o final de semana, o garçom que te serve bem, etc... Enquanto pra nós neve é neve, e amor é amor, pode ter em si varios outros significados, ou seja, as definições são um puta trabalho de simplificar coisas, mas seria burrice achar que existe definição definitiva... (dialética novamente?)

 Não quero te definir quando digo que tentei te decifrar, apenas queria aproxima-la mais de mim com perguntas bobasNão sei ao certo se estou falando coisa com coisa, se não entender algo é só levantar a mão, ..., sigamos.

Meus dias de chuva são curtos e meus albuns de musicas decorados de cor, minha agenda está lotada de coisas pra não fazer e saber falar besteira é algo complexo, hoje de manhã pensei em algo (que aqui prefiro deixar sub-entendido) e junto a este, um outro pensamento, Roberto Carlos é um puta cara legal, um pensamento não teve nada a ver com o outro (mas são daqueles pensamentos que chegam sem avisar), "as curvas da estrada de santos" é sensacional: come on

"Se você pretende saber quem eu sou

 Eu posso lhe dizer

 Entre no meu carro. 

 [...]

 Você vai me conhecer

 Você vai pensar que eu não gosto não gosto nem mesmo de mim.

 E que na minha idade, só a velocidade, anda junto a mim.

 [...] 

 Se acaso numa curva eu me lembro do meu mundo.

Eu piso fundo.

Corrijo num segundo.

Não posso parar."


Ok que lendo assim é meio bobo, mas de forma harmonica é genial, talvez um pouco pseudo-poético escrever num e-mail ha alguem desconhecido, emprestimo de poesia alheia, apenas queria dizer algo que pensei essa manhã entre pensamentos vagos da manhã e o trabalho de estivador que exerço.

Até.Guthor.

PS: Belle and sebastian no fundo.