7.9.08

Independência ou Sorte

Andava em vez de ir de ônibus...
Me entretia com as luzes dos faróis e as placas com uma parte tirada.
O cansaço existia.
Mas quanto maior o esforço, maior a recompesa. Ao menos me enganava de tal forma.
Passei por um pedinte e ele não falou nada.
Torci para que chovesse, que ventasse, que mudasse alguma coisa, mas o sol se punha alto e de calor intimidante, sem nuvens de mudança.
Caminhei até ver uma placa.
Não era a primeira vez que a via, ela estava ali ha muito tempo.
Pensei serem varias placas iguais, mas era a mesma, um Outdoor enorme com o papel deteriorado.
Todo esse tempo caminhando e só agora percebi que andava em circulos.
Aquilo foi desconcertante, lembro-me apenas de pensar: Melhor agora que depois.
Todo fim é um novo começo.
Derrepente não fazia sentido caminhar pelos mesmos lugares.
Olhei em volta e na outra rua uma banda tocava.
Sete de setembro, ironia.

4.9.08

Walkman

Seguia ele, o cavaleiro andante, não havia cavalo, apenas sandalias ipanema a roupa do corpo e uma mochila surrada.
Seguia pelo deserto para lugar algum, muitos diriam que ele caminhava para a morte, mas andar era o que o mantinha vivo, sabia que a hora que parasse seria o fim. Então andava.
O corpo não sabia fazer outra coisa a não ser seguir em frente, os olhos não se levantavam, pois só veriam a areia seguir longe, sem destino certo.
Certa hora encontrou um senhor sentado numa cadeira de madeira, um hmem negro de aparencia bem abatida, parou um estante e o sujeito elevou a vista para vê-lo melhor e disse:
- Tylenol? Falou enquanto segurava uma cartela de quatro comprimidos.
O Caminhante não se importou e continuou seguindo sua fortuna.
Caiu depois de dois dias andando.
Sentiu-se leve e pensou estar morto, um senhor de barba branca apareceu e ficou calado.
- o senhor não vai falar nada?
- estava esperando você perguntar isso.
- eu estou morto?
- ainda não, ainda não chegou sua hora José
Seu nome era josé e ele ainda não sabia direito em que acreditar.
Apareceu outra figura na conversa.
- Você precisa voltar e vivercomo se todo dia fosse o ultimo dia. Disse o recem chegado
- isso é meio idiota.
- Pense nisso
- Você é o João Gilberto?
- Isso não é relevante agora.
- Volte, e não se esqueça - entrou o senhor de barba branca na conversa novamente - sobreviva como uma barata.
Num estalo ele acordava do que parecia um sonho, estava numa barraca, deu um salto e saiu, lá fora o deserto, infinito até onde as vistas podiam chegar, ele pegou um cajado, pôs a mochila na costa e recomeçou a andar.


to be continued...