26.4.09

Olá Nobre Desconhecida

 Certa vez eu queria escrever uma carta, postagens com os dizeres "carta social" pagavam apenas R$00,01 para serem enviadas, peguei uma revista jogada pela casa, uma revista espirita, era das poucas que publicavam o endereço de postagem (todas as outras já eram "via-email") peguei o endereço e me pus a escrever a carta, era algo novo que estava disposto a fazer, escrever para uma desconhecida que estava do outro lado do país, expliquei primeiramente que não praticava espiritismo e que estava apenas querendo saber quem se encontrava do "lado lá" ou provar  se mesmo existia, conhecer a letra, as idéias, falei de mim ou ao menos do que penso ser eu, selei e assim ela se foi... tempos depois recebi outra carta como resposta, ela me falou várias coisas, sobre sua cidade, o que fazia, e aquelas pouco mais de uma pagina não saciavam a minha vontade de conhecer, nem minha espera de quase um mês, escrevi uma carta de quatro paginas para que assim minha resposta fosse tambem da mesma forma. Nunca mais recebi a resposta, desisti daquilo mas lembro-me bem da sensação de escrever e principalmente receber uma carta de um desconhecido.

12.4.09

Domigo de Páscoa

Não precisamos necessariamente de razões para fazer algo alem da mais óbvia de todas, queremos. Por algum tempo acreditei que as razões eram parte de qualquer objeto, seja físico ou virtual, das coisas mais simples as mais complexas, estavam estampadas ou algumas vezes escondidas, mas sempre estavam "lá".
 Dinheiro, Fama, Espadas, Sexo e tudo mais... motivos para um boa razão mesmo que sejam dialéticamente desnecessários.  
 Aos poucos que ainda não desistiram de entender o que quero falar, vou tentar ser mais direto.
 Esse blog (ou mesmo toda a blogsphera) só existe, por que existe o outro lado (maniqueísmo baby), existe alguem que lê, existe quem "navega" nos blogs atrás de "vida inteligente" ou ao menos se pressupõe isso; Estava eu a pensar nisso nos últimos dias, até chegar na conclusão que, ninguem lê esse blog, ninguem.
 Ok até então, afinal nunca divulguei para as pessoas ou mesmo fiz questão de discutir quaisquer texto aqui com alguem, são textos pra mim, são.... ... ... ... ... ... ... ... ... (/rascunho)

As vezes começo coisas e não sei onde elas vão parar, não sei direito o que queria dizer com esse papo todo por isso terminei o texto aqui.

se lembrar eu aviso. 

8.4.09

Banho Frio

Banho Frio
e uma boa tarde de cama, isso é pra mim a melhor forma de resolver os problemas
não que eles se discipem, mas ficam mais fáceis de resolver.
foi isso que fiz quando dei as costas ao patrão e segui andando, tinha pedido as contas, estava fora.
ele tentou explicar, no final queria que eu continuasse ali ganhando aquela micharia, não era pra mim.
já passei por aquela sensação antes, na verdade, algumas vezes, seguindo debaixo do sol sem rumo certo.
era mais um emprego deixado sem a minino sinal de arrenpendimento.
liguei para um conhecido:
 - você ainda tem aquela vaga?
network baby.
tudo novo de novo.
almoço.
pensamentos soltos
expectativa zerada
contas pra pagar e os juros correndo livremente.
tentei ligar para alguem
não se encontrava.
tentei pensar em algo não fosse aquilo,
pensei em escrever sobre então.
deixar no "papel" é como tirar "aquilo" de mim, e por isso estão aqui.
então.
Banho frio, post e uma tarde de sono. 

não vou mais ligar pra ninguem, os pesnsamentos que liguem se quiserem.
  

7.4.09

Narcolepsia

Ele acorda numa poltrona, está dentro de um ônibus, não sabe pra onde vai, olha a janela e a paisagem não é familiar, fica inquieto e um homem chega próximo a sua poltrona e pede a passagem, ele não sabe onde teria guardado, até o próprio homem a tirar de seu bolso da camisa, ele agradece e continua sentado tentando entender onde deva estar, interrompe tal pensamento com um outro ainda mais inquietante, porque. 

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Está num barco, há muitas pessoas e nenhuma conhecida, muitas das pessoas estão deitadas quando uma placa acima diz justamente para não fazerem, ele aceita a regra imposta, se acomoda como consegue, tira um mp3 do bolso e aperta play ao audioslave que se desenrola no decorrer da viagem.

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Ele está na frente de algumas crianças que sentadas olham de volta, está falando algo pra elas, mas sente-se como uma terceira pessoa vendo seu "eu" falando, atrás de si vê uma lousa, deduz que o seu "eu" esteja dando aula, toca a campainha do intervalo os meninos correm.

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Está numa casa pequena, tem alguem gritando, vira-se e uma mulher está voltada para ele lhe defereindo palavras perjorativas, ele não entende a razão, e pede uma explicação, o que faz a mulher ficar com mais raiva ainda, é expulso da casa sem entender nada, na rua olha a sua volta e não sabe aonde ir.

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Está num carro, no banco do passageiro, toca evanescence e ele torce para que aquilo acabe logo, os bambuzais formam um tunel a beira de um rio, ha muitas pessoas indo para onde estão indo, ha um papel em suas mãos ele abre e tem uma lista de coisas a se fazer, ele pega caneta e anota em baixo: Fazer hoje.

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Apesar de cansado desses flashes acorda agora numa mesa de poker, não há fichas, se aposta dinheiro e está ha duas horas jogando, a frente um senhor distinto o imprime um olhar de que vai devorá-lo no jogo, não tem medo e joga com avidez, ainda asssim a vitória lhe foge entre os dedos, não podendo competir com um royal flush, ele então se vê não perdendo, mas na verdade o personagem do Steven McQueen, está sentado no sofá nos minutos finais do filme.

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Está numa ponte, não, é uma passarela, está escuro e não se encontra sozinho, ha alguem com ele, os carros passam a todo momento, as garotas de programa tentam arranjar "algo" e os dois ali se entreolham e sabem que aquilo é pouco mais do que poderiam imaginar.

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Está sozinho num fim de ano, ele põe Bon Iver pra tocar.

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Tudo aquilo de alguma forma faz sentido, como num filme do David Linch, como num romance de Dostoievski.